O ANALFABETO POLÍTICO EM CORDEL_

Autor: Cacá Lopes

Peço atenção aos senhores
Sem medo de ser feliz
Pra descrever em cordel
Fazer valer o que diz
O analfabeto político
Um texto bastante crítico
Pra alertar meu País

Ofereço as pessoas
Quem não gostam de política
Que não exercem o ofício
Dela não se identifica
O original é dum Alemão
Serve pra qualquer Nação
É uma história verídica

Em todo canto do mundo
Há o pior analfabeto
O que fala que não gosta
De política, é direto
Ele não ouve, não fala
Não participa, se cala
Não é cidadão completo

Ele não tá nem aí
Pros problemas do País
Não sabe, o custo de vida
Depende do infeliz
O preço do aluguel
Transforma o doce em fel
Fecha filial e matriz

O preço do arroz, da carne
Sobe qui nem um balão
Remédio, leite e sapato
Também eleva a inflação
Tudo o que há pra comprar
Depende da ação a tomar
No dia da eleição

Analfabeto político
É um tolo de primeira
Se orgulha, estufa o peito
Pra dizer grande asneira
Que à política, odeia
Chega a fazer cara feia
Ao falar essa besteira

Não sabe esse sujeito
Que da sua ignorância
Nasce a fome, a violência
O medo, a intolerância
O menor abandonado
O ladrão que segue armado
Cresce o ódio e a ganância

Quem não vota consciente
Tá dando o braço a torcer
Dá carta branca ao corrupto
Miséria vive a crescer
Difícil se conformar
Ver o mal político roubar
E ao povo corromper

Há um ditado que diz
Que “quem se cala consente”
Portanto, seja esperto
Dê seu voto consciente
Conheça seu candidato
Seu passado, cada ato
Seja um cidadão descente

Bertold Brecht previa
Ao escrever seu poema
O pior analfabeto
É o que não muda o sistema
Sai votando em qualquer um
Quem age assim é comum
Compra sua própria algema

É muito fácil dizer
Que todo político é igual
Que é farinha do mesmo saco
Que é ladrão e desleal
Difícil é se informar
Pesquisar, fiscalizar
Eis aí o grande mal

Tem gente que troca voto
Por cimento, dentadura
Camiseta, cesta básica
Favores na prefeitura
Quem compra votos, errou
E quem vende, já cavou
Sua própria sepultura

Seja participativo
Fuja da alienação
Não se deixe enganar
Pra não piorar a Nação
Se você votar errar
Nosso povo tá ferrado
Faça uma reflexão

Tem até uns mandamentos
Pra melhorar a Nação
Não deixe de votar é
O primeiro, em questão
Pense no que estou falando
Não vote contrariando
Sua própria opinião

Procure não contemplar
Quem espalha dissabores
Seu voto é valioso
Não o troque por favores
Manchetes sempre eu leio
Que nosso País tá cheio
De corruptos, corruptores

Não vote sem conhecer
O programa do candidato
E também sua conduta
Caráter de fino trato
Aquele que bem analisa
Não deixa nenhuma pesquisa
Mudar o seu voto, de fato

A política tá na bíblia
Na família, na igreja
Na indústria, no futebol
Tá no jornal e na veja
Pra eleger um novo Papa
Tem eleição, nem lá escapa
Ora, amém! Que assim seja

A política tá na escola
Na rua, na construção
Tá na roda de amigos
Na cidade e no sertão
Com ética e dignidade
Com política de verdade
Se constrói uma Nação

Se você está pensando
Em seu voto anular
Diz que vai votar em branco
Somente pra protestar
Nem assim, tô lhe afirmando
Alguém vai sair ganhando
O melhor é participar

Pra grande parte do povo
A política tanto faz
Não se lembra em quem votou
Há quatro anos atrás
O que se faz em um segundo
Ajuda a mudar o mundo
Reflita! Você é capaz!

O país se mobilisa
É tempo de eleição
Aí estão os candidatos
Apertando sua mão
Analise suas propostas
Não devemos dá as costas
Pros problemas da região

Não vote naqueles que
Fogem da democracia
Se envolvem em escândalos
Propinas do dia-a-dia
Falta vontade política
A minoria pratica
O dom da cidadania

Pense e dia não aos “drogas”
Aos bandidos da Nação
Se não fosse a impunidade
Não haveria corrupção
Quem rouba pouco vai preso
Quem rouba muito sai ileso
É grande a esculhambação

Fora o voto tem outra arma
Que é forte, tem poder
É a mobilização
Sua força faz tremer
Quando o povo tá unido
Ele não será vencido
Só basta a massa querer

Mas parece que o povo
Há tempo se acomodou
Não almeja mais mudanças
Acomodado ficou
Revolução pelo voto
Não é um jogo da loto
É a chance que restou

A política só é chata
Para quem não participa
Para quem não tem um sonho
Não luta, não antecipa
Pra quem não crê no futuro
Só fica em cima do muro
O corrupto mete a ripa

Separe o joio do trigo
Não julgue que todos são
Iguais em picaretagem
Roubalheira, podridão
Amigo! não leve a mal!
Pois pessoa desigual
Há em qualquer profissão.

Espero que esses versos
De cordel e poesia
Ajude ao eleitor
Votar com soberania
Que a cada eleição
A nossa população
Alcance a cidadania.

Fim.

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